Estou desabitada de mim,
o corpo caminhante, oco.
onde terei colocado minha alma?
olhar meu próprio vazio.
como esses versos que escorrem espaçados no branco da página
vagarosos.
é preciso tanta força para que o negro da tinta se desenhe
um tanto de força e outro tanto de dor.
se me imprimo no papel,
é pelo desejo de me habitar.
olhar meu próprio vazio.
se jogar nesse abismo de si,
assim como se fossem águas paradas
e ser tragada, porque embaixo
minhas águas são revoltas
ás vezes me afogo.
desejo me habitar,
assim com o mesmo cuidado que esses versos foram se desenhando.
sábado, 24 de novembro de 2018
Exercícios de se olhar nº 2
an-si-e-da-de
preciso por pausas,
para te pronunciar,
ainda que seja na fala exercer o controle.
tudo tão rápido,
você cresce, envolve o dentro e o fora.
um barulho dentro,
às vezes eu encontro o silêncio
me escondo lá, sinto você sumindo
nem sempre é assim.
sou também tragada
e o tempo parece suspenso
quando estou lá no olho do furacão.
Luto muito para sair,
acho que saio porque fico sem forças
aí paro de te alimentar,
mas fico sempre meio quebrada.
eu sei sua chegada vem sempre com sinais,
se eu pressentir, você não entra
preciso por pausas,
para te pronunciar,
ainda que seja na fala exercer o controle.
tudo tão rápido,
você cresce, envolve o dentro e o fora.
um barulho dentro,
às vezes eu encontro o silêncio
me escondo lá, sinto você sumindo
nem sempre é assim.
sou também tragada
e o tempo parece suspenso
quando estou lá no olho do furacão.
Luto muito para sair,
acho que saio porque fico sem forças
aí paro de te alimentar,
mas fico sempre meio quebrada.
eu sei sua chegada vem sempre com sinais,
se eu pressentir, você não entra
Exercícios de se olhar – nº 1
Todos os dias me vestir
De mim.
Por vezes não me acho.
Me ponho então desnuda de mim.
Face ao desnudamento
Pouco posso.
De mim.
Por vezes não me acho.
Me ponho então desnuda de mim.
Face ao desnudamento
Pouco posso.
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