(Para Diogo de Lima)
O poema é estado gestação,
Cresce por dentro...
Vagarosamente
Cá dentro
A matéria
bruta
e o
intangível
Transfiguram-se.
Por
inaptidão
(das
terminações nervosas)
de
apreender o sentido do óbvio,
o poema é a libertinagem das palavras,
e todo parto é contração dolorosa
(ainda que cheia de gozo)
Após o
parto pertence ao outro,
libertino
que é,
transfigura-se outra vez.