Fui tomada pelo insano desejo de ver o chão,
difícil abaixar os olhos,
ensinar a métrica do chão
nesse olho tão viciado em céu.
chão moradia do invisível.
Foi pela métrica do chão
que enxerguei os pés.
Milhares deles por todos os cantos,
a natureza resoluta dos pés
|dúvida é pouco afeita ao chão|
Todos os dias pés cheios de pressa
travando lutas. É preciso caber o par.
A métrica do chão
é também para ouvidos.
Nas primeiras vezes pode ser necessário ficar de cócoras,
aprender a captar a frequência.
Com alguma prática
pode-se ouvir a caminhada dos pés,
cada tipo de chão
reverbera diferente.
Tive uma apoteose sonora,
pés em batidas harmônicas
ritmos de subidas e descidas
batuque do caminhar,
eu numa ausculta solitária
entravando o ir e vir.
terça-feira, 16 de maio de 2017
Assinar:
Postagens (Atom)
Uma coletânea
O Desacanhamento poético virou um pequeno ebook... tentei organizar a produção ao longo desses dez anos! É algo pequeno, mas uma forma de ...
-
Do entorpecimento da amizade [p/ Raquel Beatriz] Algumas pessoas Permanecem com m smo súb to qu esqu c mos de quando de quando de qu...
-
(Para Patrícia) Temo o tempo Ladrão de minha feminina vaidade, temo o tempo, pelo constante...
-
Só sei existir quando me parto, para enfim ser possível transfigurar só sei existir quando parte de mim, es ca pa a a a sublima a a a ...