domingo, 29 de abril de 2012

Seara do poema


(Para Diogo de Lima)

O poema é estado gestação,
Cresce por dentro...
Vagarosamente

            Cá dentro
            A matéria bruta
            e o intangível
            Transfiguram-se.
            Por inaptidão
            (das terminações nervosas)
            de apreender o sentido do óbvio,
           
o poema é a libertinagem das palavras,
e todo parto é contração dolorosa
(ainda que cheia de gozo)

            Após o parto pertence ao outro,
            libertino que é,
transfigura-se outra vez.


3 comentários:

  1. Ele agora é do mundo
    mas digo poeta
    ele é lindo
    por que verseja sobre
    a gestação do verso
    momento que a poesia
    é parida
    momento em que ganha o mundo
    mas saiba que tem aborto
    tem contracepção
    e algumas depois de nascidas
    não larga a saia
    da gente

    poema mui lindo

    Luiz Alfredo - poeta

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